Saiba como Eunice Paiva contribuiu para a luta dos direitos indígenas e tradicionais em RO; veja a história

  • 06/03/2025
(Foto: Reprodução)
Figura de destaque no filme “Ainda Estou Aqui”, a advogada Eunice Paiva — interpretada por Fernanda Torres — teve uma contribuição significativa no campo socioambiental no estado. Quem foi Eunice Paiva, símbolo da luta contra a ditadura interpretada por Fernanda Torres Quem assistiu ao filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, conhece a história de Eunice Paiva — uma mãe que enfrentou o desaparecimento do marido durante a ditadura militar. Além de lidar com a dor e as consequências do regime, Eunice se tornou uma figura fundamental na luta pela defesa dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. Em Rondônia, o trabalho da advogada ajudou a construir um legado importante no campo socioambiental na região. 📲 Siga o canal do g1 RO no WhatsApp. “Eunice Paiva, uma mulher que transformou sua dor em força e dedicou sua vida a causas extraordinárias”, conta Marcelo Ferronato, diretor do Ecoporé. A entidade, sediada em Porto Velho (RO), e que há décadas atua na conservação e recuperação da natureza na Amazônia, utilizou suas redes sociais para relembrar e compartilhar a história de Eunice Paiva. Mesmo sem ter atuado diretamente em Rondônia, Eunice contribuiu para a luta pela proteção territorial e o fortalecimento das comunidades tradicionais no estado, por meio de parcerias e articulações com entidades e pesquisadores que atuavam na região. Eunice Paiva TV Globo/Reprodução “Em 1987, Eunice, ao lado de parceiros como Mauro Leonel e Betty Midley, fundou o Instituto de Antropologia e Meio Ambiente (IAMA), que atuou até 2001 na defesa e promoção da autonomia dos povos indígenas. A Ecoporé-RO, fundada em 1988, contou com o apoio do IAMA, uma parceria fundamental para a proteção territorial em Rondônia”, diz no texto. O diretor da Ecoporé destaca que a demarcação de terras indígenas na região é uma das conquistas mais relevantes alcançadas pela entidade, através do IAMA, em parceria com outras entidades dedicadas à mesma causa. Eunice nunca esteve no estado, mas suas ações refletiram diretamente na luta pelos direitos indígenas e ambientais da região. Entre os principais nomes que atuaram diretamente em Rondônia, estão os cofundadores do IAMA, Mauro Leonel e Betty Mindlin. Ambos tiveram papel fundamental na criação da Terra Indígena Rio Branco e da Terra Indígena Massaco. Mauro Leonel, professor e pesquisador da Associação Brasileira de Antropologia, é autor do livro Etnodiceia Urueu-au-au, obra que aborda as discussões em torno da demarcação territorial no Parque Nacional Pacaás Novos, localizado no interior de Rondônia. O livro é considerado uma peça-chave para garantir a demarcação dessas terras. Já Betty Mindlin, também parceira de Eunice, trabalhou diretamente com o povo Paiter Suruí. Seu trabalho resultou na obra Nós Paiter, que retrata o processo de contato entre os Paiter Suruí e os não indígenas, trazendo um importante registro histórico e antropológico sobre esse encontro. “Apoiávamos a desintrusão da Reserva Biológica do Guaporé e desempenhamos um papel ativo nos estudos para a demarcação das Terras Indígenas Rio Branco, Mequéns e Massaco. Juntas, essas terras protegidas abrangem atualmente mais de 1 milhão de hectares, garantindo a sobrevivência de centenas de famílias indígenas em seus territórios tradicionais e ancestrais”, diz o diretor da Ecoporé. Os frutos da atuação de Eunice e sua equipe permanecem até os dias de hoje. Além da demarcação de terras indígenas no estado, os trabalhos também fomentaram a criação de reservas extrativistas e a formação de associações que valorizam o trabalho das comunidades tradicionais e dos seringueiros da região. Mesmo nunca tendo vindo a Rondônia, Marcelo afirma que a IAMA deixou um legado valioso, que contribuiu com a justiça social e ambiental. “Temos imenso orgulho dessa parceria, cujo impacto ecoa na luta pela conservação e pelos direitos dos povos da Amazônia”, finaliza o texto. Eunice Paiva, símbolo de luta contra a ditadura, morre em SP aos 86 anos Reprodução/JN LEIA TAMBÉM: Homem é morto a tiros após disputa por terras em Candeias do Jamari, RO Saiba quem era a advogada de RO que morreu ao escorregar em cachoeira no RS

FONTE: https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2025/03/06/saiba-como-eunice-paiva-contribuiu-para-a-luta-dos-direitos-indigenas-e-tradicionais-em-ro-veja-a-historia.ghtml


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